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quem tem medo de Barragens ?
em meados de 1979, era eu ainda muito puto quando dei comigo com um sistema hidroeléctrico nas mãos – a SHER.
E, embora tudo aquilo me parecesse um gigantesco salto quântico em termos de responsabilidades, eu acreditava firmemente que seria possível manter os níveis operacionais do sistema. A electrotecnia não me assustava, a hidrologia geria-se, a dedicação e qualidade técnica do staff residente espantavam-me.
Menos de um ano depois, os comandos rodesianos de Ian Smith lançam um devastador raid e dinamitam a sala de máquinas da central do Mavúzi - destruindo a base hidroeléctrica do sistema centro (Manica e Sofala).
À central da Chicamba, desenhada para cobrir pontas e semi-pontas, passava então a ser exigida uma função base. O que não era fácil.
Felizmente a coisa compôs-se, embora uma angústia insistisse em amargurar-me: como preservar tecnicamente a segurança estrutural da barragem da Chicamba?
Incomodado com tamanha ignorância minha, rapidamente senti necessidade de contratar especialistas que apoiassem a reposição e modernização dos sistemas de observação daquela valiosa estrutura. O que foi conseguido.
Anos depois - quando deixei a SHER - já me sentia muito mais confortável com o nível de controle das várias estruturas civis – em particular porque o director que me sucedeu sempre foi homem de grande gabarito e responsabilidade técnica; como o provou durante durante os dez anos seguintes.
mas eis que, em Junho 2001, e já após esse director ter sido afastado do sistema, eis que de novo a angústia caía sobre mim—e agora no regresso de uma observação do eclipse do Sol em Changara.
Na barragem da Chicamba, o desleixo era patente. E a dúvida voltava a ser-me imensa. Tudo isto num quadro em que uma fortíssima erosão já roía um dos encostos da falsa abóbada. Como é óbvio, oportunamente comuniquei à EDM as minhas preocupações – mas quanto ao que eles fizeram depois, não sei.
Todo este blá-blá-blá vem a propósito de uma virtual expedição que há dias fiz aos reinos da segurança em barragens.
Ocasião em que constatei que, por razões de preservação das vidas e bens ao longo dos vales influenciados por barragens na Europa, a militar NATO havia lançado um intenso programa com o objectivo de gerir os riscos em grande número de barragens. Constatei ainda que, por causa do calor, em Itaipu houve necessidade de refrigerar a pedra antes de se formar o betão - e que em Cahora-Bassa o betão da barragem nem sempre foi feito com o mesmo cimento.
Fascinado, e muito intrigado com a velocidade a que incham algumas barragens em arco, alarguei a deriva diletante e rapidamente cheguei a uma série de peças que, pela sua patente qualidade, merecem ser compartilhadas. Em particular as que se referem à observação da barragem de Cahora-Bassa e às reacções alcalinas no betão.
Peças notáveis que, para além de novos horizontes, me emprestaram um revigorado conforto.
Desde então, apenas duas pequenas dúvidas me assolam:
porque é que a EDM não convida estas equipas a darem um salto até Chicamba-Mavuzi ?
E já agora – for the record- hoje em dia, a quem cabe a responsabilidade sobre estas barragens?
josé lopes
Junho 2005
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